sexta-feira, 5 de junho de 2009

Fusca amarelo.

Finalmente os compromissos da faculdade estão acabando e o tempo começou a sobrar de novo. Pra marcar essa volta ao blog, vou lembrar uma história que aconteceu tem um mês aproximadamente.
Saí de casa umas 18h50min pra não chegar atrasado à aula que começa 19h15mim. Peguei o caminho de sempre. Só pra variar, o trânsito estava engarrafado. Os engarrafamentos de Brasília ainda são suportáveis, um som distrai até melhorar.
Nesse caminho para a faculdade fica a rua das farmácias, antes dessa rua existe uma subida razoável (essa subida é importante na história), tem também uma tesourinha (criação do trânsito de Brasília que deixa os visitantes malucos). Nessa tesourinha, uma moça num fusca amarelo pediu passagem. Sempre dou passagem a quem pede por uma questão de cordialidade.
A moça do fusca passou e abriu, até a subida citada acima. Como estava engarrafado, a habilidade da menina no controle de embreagem seria testada.
O trânsito andou, o motor do fusca roncou e o carro desceu. Pensei: ”vai bater em mim.”. Soltei o freio e deixei meu carro descer um pouco também. A cena se repetiu por mais duas vezes. Não tinha mais para onde ir. A sinfonia de buzinas começou.
A moça abriu a porta do fusca, olhou para o primeiro que apareceu (eu que estava atrás) e começou a falar. Não escutei nada. Desliguei o carro e fui ver o que a menina, que já estava desesperada, queria. Assim que cheguei a menina disse: “Moço, me ajuda pelo amor de Deus!”. Perguntei o que poderia fazer para ajudá-la. Ela pediu para que eu tirasse o carro dali, pois não conseguia de forma alguma. Imaginei que fosse algum problema mecânico. A vergonha agora seria minha.
Entrei no fusca, dei uma forçada no acelerador, fiz o controle de embreagem e o carro andou. Deixei o carro em um lugar seguro, após o fim da subida. Nunca fui olhado com tanta admiração. Foram os agradecimentos mais sinceros que já ouvi. A moça entrou no carro e saiu aliviada. Desci correndo para o meu carro e antes de entrar fiz um sinal para o carro que estava parado atrás do meu. Um sinal de desculpas já esperando um palavrão daqueles. Aí o cara botou a cabeça pra fora e disse gritando de alegria: “Valeu, Brother, salvou o nosso dia.”