sexta-feira, 9 de julho de 2010

2014 e Bruno. Existe relação?


Ontem foi realizada na África do Sul a cerimônia de lançamento oficial da logomarca da Copa de 2014 no Brasil. Digamos que foi o pontapé inicial do evento, visto que por aqui não há ainda movimento algum. O show de gravação do DVD do Skank no Mineirão, foi o último evento do estádio antes das obras para a copa, é o lugar mais adiantado em relação às reformas e elas ainda nem começaram. Em Brasília nada foi feito ainda, na Bahia também não, São Paulo nem estádio tem para a copa e por aí vai.
Achei o logo bem bacana, representa o que interessa na Copa, que é a taça do mundo. O mais engraçadinho já comentou que é bem a cara do Brasil mesmo, muitas mãos no que é alheio. Essa preocupação é justificável, obras serão necessárias e dinheiro público será utilizado. O Presidente Lula prometeu transparência e a população toda tem que ficar atenta. Fiscalização. Serão muitas obras e sabemos que esse é o artifício mais usado pra quem está mal intencionado.
A festa que deixou a desejar. Faltou representação da nossa diversidade. Tinha até japonês no palco e nenhum negro. E ainda temos a cara de pau de falar que não existe racismo no Brasil...
Aqui o título do texto merece explicação. Aproveitei para misturar assuntos bem distintos inspirado numa notícia do portal de esportes Lancenet. Em linhas gerais e com tom sensacionalista que o caracteriza, o portal noticiou que Bruno estava preocupado por ter perdido qualquer chance de disputar a Copa de 2014. Não sei se é verdade, mas acho que ele deveria ter outras preocupações nesse momento.
Esse caso me levou a pensar em várias coisas, mas em principalmente duas. A qualidade da formação dos jogadores no Brasil e o papel da imprensa em certos casos.
Só para ficar bem claro, quem cometeu crime ou não foi o cidadão Bruno. O nome dele não é Bruno o goleiro do Flamengo. Se o crime tivesse sido cometido pelo jardineiro do clube a cobertura seria bem diferente, ou nem teria cobertura. A página policial deve ser usada nesse caso e não a de esportes. Um funcionário do Flamengo é suspeito de ter cometido um crime, o clube não tem responsabilidade nenhuma. O que o atleta faz fora do clube é problema seu. O noticiário não deveria utilizar a imagem do Flamengo nesse caso. Mas o Flamengo vende mais, não é? Se a mídia fosse flamenguista como alguns idiotas pregam, a imagem do clube seria poupada num caso desses. O que não foi feito por órgão nenhum de imprensa desse país. Vender a qualquer custo, esse é o lema do jornalismo brasileiro. Olha que eu nem falei das especulações. E também não disse que indício não é prova. Nem vou falar do tanto de besteira que esses jornalistas falam sem conhecimento nenhum, no chute.
Todos sabem que sou Flamengo, mas esse não é o motivo do texto. Se fosse o goleiro do Vasco passando por isso escreveria a mesma coisa. A instituição não tem responsabilidade nas atitudes de seus empregados quando estes não a estão representando. Esse é o ponto central.
Outra questão é a forma como esses atletas não são preparados para nada. O cara tem que jogar, correr, pensar o jogo todo, mas não é preparado para vida. O Bruno teve uma chance de ouro. Conseguiu ser profissional e relativamente bem sucedido, ganhando bem mais que a maioria da população brasileira. Mas nunca teve cabeça boa. Tudo bem que a tal Eliza deve ter feito o diabo com ele, atormentado até dizer chega, mas não é motivo pra sumir com a mulher. Não estou falando que Bruno é culpado. Isso cabe ao poder judiciário, não à imprensa. Pela segunda o crime já esta resolvido e o cidadão merece a pena máxima. Importante destacar que se for constatado o assassinato, o crime será julgado no tribunal do júri e esses jurados provavelmente estão vendo toda a repercussão. Difícil a tarefa do advogado dos indiciados.
Provavelmente Bruno vai assistir a Copa de 2014 na cadeia, se liberarem os jogos para a galera do presídio. Não deveria se preocupar se vai poder estar em campo ou não.
O tempo passa rápido e a copa de 2014 vai chegar rápido. O Brasil precisa de estrutura dentro e fora de campo. Essa é a lição do ano e da Copa de 2010.

Um comentário:

paula disse...

Não concordo com esse tipo de jornalismo, mas vender é o primordial, infelizmente. Como escreveu ,Conceição Freitas, em sua coluna: o mal, vira notícia.
O bom, é preservado pelo anonimato.
Por mais que você tente argumentar, não conseguimos desvincular Bruno do flamengo.