Conversa de bar!

Um dia desses atrás, no famoso bar do Piauí, um amigo, o Paulo Negão, iniciou uma conversa sem pé nem cabeça que durou mais de uma hora. Resumindo, ele queria dizer, de uma forma bem complicada, que acredita no acaso, mas pessoas que não participam de determinada situação nunca influenciariam no seu resultado final. Complicado!?Por exemplo, as mandingas realizadas por torcedores de futebol não influenciariam nos resultados de seus times, mas o acaso, que independe da vontade de qualquer um que não está em campo, pode definir o resultado de um jogo.
Outro amigo expressou seu pensamento, afirmando que só existe o tempo e tudo acontece em decorrência das decisões que tomamos no passado.
Acaso, tempo, escolhas, SORTE... Seja qual for o nome, fato é que não encontramos explicação para coisas que acontecem no dia-a-dia.
Fui convocado pela Justiça Eleitoral (um puta azar) para recolher as justificativas dos eleitores que não votarão nas eleições municipais por não estarem em seu domicílio eleitoral. Estacionei o “Track” e fui andando até o local em que assinaria o termo de posse. No meio do caminho avistei um rosto conhecido, que falava ao telefone e começava a chorar. Era a namorada de um grande amigo, que se envolveu em um acidente automobilístico minutos antes. Tentei ajudar no que foi possível, acabei não ajudando muito. Tomadas as devidas providências todos foram embora.
Fiquei pensando na situação e na conversa do bar. Ela podia ter tomado outro caminho, demorado uns segundos pra sair de onde estava. O que aconteceu foi conseqüência de uma decisão do passado? Ela deu azar de estar na hora errada e no lugar errado?Eu podia ter ido ao cartório mais cedo, ou meia hora depois. Podia andar na outra direção e não teria visto o carro parado. Fato é que, coincidentemente, passei por um local que nunca freqüento justamente quando um conhecido passava por uma situação amarga.
Minutos antes da conversa no bar, estava vendo o jogo do Flamengo contra a líder grêmio. Não assisto aos jogos do mengão sentado, acho que dá azar e em pé passo minha energia pro time, que sempre joga a quilômetros de distância de onde estou. Me sentei e o time gaúcho empatou. Quando me levantei, Torozinho marcou o tento dos três pontos.
Nada vai tirar da minha cabeça que eu ajudei o menino afazer aquele gol. Todo o torcedor pensa assim.
Podemos escolher qualquer nome: coincidência, sorte, azar, tempo, acaso. O fato é que existem coisas que nunca poderemos explicar.